O Flamengo é um dos maiores clubes do mundo, sem sombra de dúvidas. Um clube com mais de 100 anos de histórias, inúmeros títulos conquistados e uma legião de fãs aficionados em todo o Brasil e no mundo. Essa grandeza foi uma das forças elementares que levou o Flamengo a conquistar dois títulos no ano passado: a Copa do Brasil em cima do Corinthians e a Copa Libertadores da América, em cima do Atlético Paranaense.
Como esse mesmo clube, que manteve o elenco e trouxe novos reforços de peso como Gerson, está amargurando a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro? É verdade que o campeonato está apenas nas primeiras rodadas, mas era para um time campeão da Libertadores, com dinheiro em caixa e salários em dia, estar nessa situação? Quais os motivos que podem explicar isso?
Técnico bom é técnico Português
Motivo que está na ponta da língua de todo torcedor flamenguista, a demissão do técnico Dorival Júnior, o responsável por recuperar uma equipe desacreditada. Sim, é verdade, o começo do ano de 2022 na Gávea também não foi um dos melhores. A Diretoria, com saudade do futebol vistoso que fez o time conquistar o país na temporada de 2020/2021, estava decidida em recontratar um português para o cargo técnico.
Chegaram ao nome de Paulo Sousa, então técnico da Polônia, que chegou no Rio em dezembro para comendar o time rubro-negro. Na bagagem, Paulo Sousa também trouxe muitas inovações: a ordem de treino pela manhã (algo que vai de encontro com a cultura do futebol carioca), obrigação de jantares em grupo após as partidas, um telão no Centro de Treinamento, para avaliações e estudos de jogadas, entre outros.
Apesar da boa vontade e do alto salário, nada deu certo no Flamengo de Paulo Sousa. O Clube perdeu o Campeonato Carioca para o rival Fluminense e a Supercopa para o Atlético-MG. A demissão de Paulo Sousa parecia certa, mas sua aventura no clube durou até 9 de junho, depois de uma série de resultados ruins no Campeonato Brasileiro.
O Campeão sai pela porta dos fundos
Sem muitas opções no mercado, o Flamengo apostou no brasileiro Dorival Júnior, que vinha fazendo um excelente trabalho no Ceará. Logo na estreia, contra o Internacional no Beira-Rio, Dorival notou que tinha muito trabalho pela frente. Conhecido por ser boa praça, Dorival conhece bem a personalidade dos jogadores, foi ele próprio um jogador de muita criatividade e habilidade.
Colocou para jogar Gabigol e Pedro, algo antes inimaginável para qualquer treinador ou analista do Flamengo. Promoveu alguns garotos da base e fez com que o Flamengo voltasse a jogar bola. No final do ano, levou o time ao título da Libertadores e da Copa do Brasil, dando aos cofres do Clube uma boa porcentagem do 1 bilhão de reais que a equipe faturou.
Como prêmio pelas conquistas, foi demitido. No lugar dele, a equipe contratou Vítor Pereira, ex-treinador do rival Corinthians, que havia perdido a final da Copa do Brasil para o próprio Dorival. A diretoria colocou todas as fichas nele, deixando a torcida e os jornalistas confusos.
Vexame e futebol perdido
No Mundial de Clubes de 2024, os jogadores do Flamengo que haviam ameaçado o Real Madrid, não passaram da semi-final e amargaram um triste terceiro lugar. Perdeu a Recopa, a Supercopa e o Campeonato Carioca. Fim da linha para o projeto de Vitor Pereira, e outro gringo: Jorge Sampaoli. Agora o Flamengo tenta recuperar o futebol que foi embora com Dorival Júnior. O tempo é curto e se continuar nessa situação, a maior equipe das Américas arrisca lutar contra o rebaixamento em 2024, algo inimaginável a alguns meses atrás.
